A Identidade
Ao longo dos séculos, a Arrábida foi cultivando uma identidade muito própria. Com particularidades únicas a nível mundial, esta é uma zona onde os dinossauros passearam, os homens primitivos procuraram abrigo e comida e onde romanos e árabes marcaram forte presença, deixando uma herança riquíssima. A guerra com os mouros teve forte impacto na região, que mereceu uma passagem de Luís de Camões, em Os Lusíadas, capítulo III, verso 65. A independência de Portugal trouxe as cartas de foral e a de Sesimbra tem mais de 800 anos, sendo uma das mais antigas do País. Foram construídas fortalezas para proteger a costa dos ataques de piratas e de corsários. No século XV surgiram as armações valencianas, um tipo de pesca também conhecido por armações do Rei, porque destinavam-se a abastecer as Cortes de peixe. Mais tarde serviriam para abastecer as caravelas, municiadas também com pilotos-navegadores formados em Sesimbra. Até aos dias de hoje, aqui e ali, há vestígios em forma de testemunho de outros tempos, atribuindo uma identidade muito própria às gentes da Arrábida. A pesca, a agricultura e a pecuária não são atividades recentes. Todas elas têm acompanhado o Homem nestas paragens, desde que o tempo é tempo. E hoje em dia basta um sorriso e dois dedos de conversa para perceber a simpatia e a hospitalidade que graça no povo da Arrábida.